Não tem nome pra isso.

Eu só queria que esse instante fosse nosso e que pudéssemos nos perder nesse e em todos os instantes que viriam em seguida. Queria poder falar sobre todas aquelas coisas que a gente acaba não dizendo por medo de não ser, e depois por medo de ser e depois pelo medo do que nunca será... Eu só queria o agora. Falar sobre filmes antigos, sobre canções que já não tocam ou sobre esse amor tão camuflado por trás da arte que eu invento pra te sentir... Falar sobre margaridas amarelas que espiam de longe o pôr-do-sol. E todo mundo achava tão estranho. Estranho um carinho tão profundo... Vou dizer o que é estranho: Estranho mesmo é não sentir nada... Carinho não. Todo mundo gosta. Todo mundo quer. E a gente tem. Eu sei que tem. Mas queria que fosse hoje. Você, aqui, sem me despedaçar. Sem precisar ficar nervosa, sem precisar fingir indiferença. Sem precisar ver seu carro partir... E estou agora à apenas dois passos do telefone, então o que é que me segura nessa cadeira? Acho que deve ser o mundo lá fora. E é isso que dói mais. Não é a gente. São os outros. Entende?