quarta-feira, 9 de junho de 2010

Quem é que escolhe?

Deveria haver alguma coisa, um sinal qualquer de alerta, que nos ensinasse o caminho de volta, depois que o amor já nos tivesse cegado... Pra mim foi sempre a mesma coisa. Sempre a vida me ensinando que quando cruzamos a linha tênue entre emoção e perdição, é insuportável se não vamos até o fim. De fato, o que fere mesmo é estar no meio da estrada... Penso com convicção que haveria menos dor se não houvesse tanta renúncia. Mas sabe, esperar o seu calor, não me deixa desistir... Fico imaginando tantas formas de me dar à você sem que haja destroços, sem que haja faltas, sem que haja qualquer arrependimento... Você me olha profundamente como se quisesse ler o que está além do que posso lhe contar, e eu me encho de fé. Acredito na gente como quem crê no destino e em forças sobrenaturais, acredito em tempos melhores. Preciso acreditar. Acreditar em um tempo em que a gente vai só se encontrar, sem se perder logo depois, inundados pelas circunstâncias. Você tá sempre aparecendo e indo embora. Levando minhas certezas. Me levando contigo nesse bonde só de ida. Ainda estou aqui, parada no meio do caminho. Olhos vendados, coração aos pulos, completamente entupida de esperas que não se concretizam... Você entende que maior ainda do que o medo de doer é o medo de estar tão enganada à respeito dessa história cheia de cortes e cheia de falhas? Pois se entende isso, entenda também que já não posso voltar atrás. Disse a canção: "Vida foi feita pra estar em dia com a fome." E se você quer a verdade, tenho tanta fome de você. Mas tenho medo também de que caiam todas as pontes que construí. Acabei me misturando à esses corações que se envolveram mais do que deveriam. Me perdi em meio à essa gente que anda sofrendo sem saber. Tenho inúmeras decisões a tomar, eu sei. Mas não consigo. Não ainda. Existem tantos espaços que não foram preenchidos e um eco que não se cala aqui dentro. Você me deixou sem respostas. Me deixou com uma porção de sentimentos sem nome que eu não pedi pra sentir. Mas olha, te digo que fomos escolhidos pelo amor. E isso é tão bonito de dizer. Mas só Deus sabe como dói. Não nos cabe fuga ou refúgio. Não é o fim. Precisamos mesmo é viver até a última gota tudo o que coração nos manda. E talvez até desse tudo certo se pudéssemos, de uma vez por todas, fazer casa na vida do outro, se aconchegar, se esquentar, viver tanta, tanta coisa. E quem sabe, tudo isso pode começar... HOJE!?
[Dedicado à uma amiga que se viu assim, entre a cruz e a espada.]

2 comentários:

  1. Texto bom de se ler. Me prendeu do inicio ao fim. "Penso com convicção que haveria menos dor se não houvesse tanta renúncia." também penso nisso, às vezes. o difícil, pelo menos para mim, é concretizar isto. beijos (:

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