sexta-feira, 7 de junho de 2013

São Valentim.

Mais importante do que o corpo que entreguei a ela, foi a parte da minha alma que seu amor roubou. Minto. De mim, o seu amor nada roubou, nada levou. Ela nada tirou de mim. Ao contrário, só fez me devolver, restituir, trouxe alguma parte da minha Atlântida perdida, desconhecida por completo dentro desse oceano que, até então, escondia meu país despovoado, meus vazios ocupados por ninguém, minha terra sem rainha. Dizem que amor é sentimento que provoca ataques te ternura e desejos de trapezista. O que te deixa deliciosamente louco. Aquilo que não se explica e, mesmo assim, a gente sente a cada minuto na pele, na alma, nos silêncios do dia. À noite, antes de dormir, quem nos ama mesmo ausente, beija a nossa face. Amor é não deixar de sentir a presença do outro mesmo quando ele não está. É por isso que acho que amo. Porque não sei não senti-la. Ela simplesmente habita a minha existência. Acompanha-me aonde vou e aprova o que faço com um sorriso e um balançar de cabeça. Imagino o que ela diria se ouvisse a mesma piada que ouço e, por vezes, até escuto sua sonora gargalhada. Às vezes acho que o amor é uma extensão de mim. Ela é extensão de mim. A distância angular que nos reparte, a linha em que desapareço para ela aparecer, desconheço.

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