Hoje eu não quero ver ninguém. Eu não quero saber de ninguém. Hoje não. Hoje eu só quero a minha cama quente e a Gal cantando "Baby". Hoje eu só quero chuva caindo e Clarice me dizendo que a gente só existe na sequência dos agoras. Hoje eu não quero nada. Nem tapar os buracos. Hoje eu só quero conviver com meus próprios vazios e não ter medo deles. E não ter medo de minhas fraquezas e poder olhar pra elas com um pouquinho de carinho. Hoje não tenho aquele sorriso do retrato. E não o quero. Já nem sei por onde ele anda... Melhor assim. Vez em quando é preciso mesmo um bucado de dor pra gente não ter tanta certeza da sorte. Pra gente poder lembrar como é preciso ter fé em tudo, pra não enlouquecer. Pra não chorar. Pra acordar sempre e sempre e sempre... E eu tenho. Tenho muita. Mas hoje não. Hoje eu não tenho nada. Talvez um travesseiro e alguma verdade não dita. Talvez prestes a ser dita. Mas não hoje. E falando sério, talvez nunca. Sou imensamente apegada às minhas verdades, por isso as engoli. E não pretendo soltá-las. Não ainda. Antes, preciso tomar um remédio pra gripe. E vou torcer pra que ele funcione também, como cura de qualquer outra coisa... Quer saber, talvez o mundo não tenha cura. E serão muitos e muitos hojes pra poder suportar. Mas olha, me deixe pensar nisso amanhã. Por favor. Outro hoje como esse, já não posso aguentar. Hoje não.
:)
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