Sonhei com uma chuva e com um copo que se enchia sob ela. Não pude evitar de sentir que aquele copo e minha própria vida eram um só. E os pingos de chuva que o enchiam até a última gota, talvez fossem todas essas emoções que a gente vai vivendo dia após dia... Têm momentos que são de sereno e outros que são quase dilúvio. Me imagino a transbordar... Mas estou sempre me enchendo outra vez. Me enchendo dessas coisas sem nome. Coisas que resolvem inundar minha vida justamente quando estou desprotegida demais pra fazer qualquer objeção. Vou logo mergulhando, me entregando, me dando de presente com cartão e tudo. E vai ver é isso mesmo. Não entender nada da chuva e ainda assim, querer viver os riscos... Afinal, nunca serão poucos. Porque sou incapaz de entender até mesmo à mim. Me faço milhões de promessas somente pra poder quebrá-las. Quebrando assim, tantas partes desse todo que chamam ESSÊNCIA. Não aprendi a olhar o mundo de longe, sem poder tocá-lo. Mesmo me ferindo tanto e tendo às vezes lápis e papel na mão como única companhia, assim mesmo, prefiro sentir dor à não sentir coisa alguma. Talvez digam que sou tola, que poupar-se é necessário. Mas sabe, eu não vou nem tentar. Não vou renuciar um segundo sequer àquilo que me preenche, que me faz ser todas que sou. Sim, é verdade que não sei ainda o que é essa tal coisa fundamental. Mas me sinto tão próxima algumas vezes, que meu coração chega a quase saltar pela boca. De tremor em tremor vou me apegando ao que vale realmente à pena, ao que faz minhas mãos suarem. Talvez no fim não me reste nada, nem mesmo a falta de ar, mas olha, sei que as cores das lembranças serão capazes de curar todos os cortes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário