terça-feira, 7 de junho de 2011

Vício.

Não assistimos "Amor e outras drogas" no cinema. Talvez não assistíssimos hoje se ele voltasse a passar. A verdade é que o mundo parou. Muito antes do cinema. Muito antes da gente poder pedir uma pausa pra se apaixonar devagarzinho. Você queria um tempo pra ficar só. Você precisava de um espacinho só seu. E eu. Eu não sabia que você vinha. A gente passa a vida inteira esperando. E você veio. Tem gente que não encontra nunca. Mas você veio. Entende? Não precisei assistir ao filme pra saber que o amor é uma droga. É uma droga porque não tem volta. Não importa quanta força a gente tenha. Não importa o quanto a gente se prepare pra saber gostar de alguém sem precisar amar demais. O amor é uma droga porque não tem mais nada que me sustente desde o dia em que eu te conheci. Eu sei. Você tem medo como eu. Tem medo porque amar demais não tem solução. E sentir é um caminho cheio de curvas. Mas a gente consegue chegar, baby. Talvez seja uma coisa de sorte. De vidas passadas. Ou daquele eterno clichê do "tem alguém reservado pra cada um de nós". Ninguém nunca vai saber se é verdade. Mas cinco meses se passaram, afinal. Cinco meses desde a primeira vez em que eu caminhei na direção do seu carro. E eu tentei por muito tempo descobrir se foi a bebida, o frio ou o jeito confiante com o qual você falava da vida. Eu nunca descobri. Nunca descobri o porque de ter acordado no dia seguinte com tanta vontade de ter você em qualquer canto de mim. Nem que fosse um pouquinho só. Um pedacinho porque, você sabe, naquela época a gente ainda não podia se ter plenamente. Eu ainda não podia te ter tanto. E hoje, eu fico pensando que a gente se contradiz mesmo, quebra as regras mesmo, se lança mesmo, quando se trata dessas coisas do coração. Não sabemos de nada. Tateamos tudo no escuro. Com dor, com medo, sem saber o que virá. Foi sempre assim. Desde o início. Levando uma vida só nossa. E uma outra para o resto. Uma outra que não ferisse tanto. Tendo que ter o cuidado de saber a hora certa pra cada sentimento. Tendo que esperar. E a espera sufocando por toda a saudade e toda a falta. Meu amor, desde o início eu soube que era você. Porque o "nada" nunca existiu entre a gente. Nosso amor sempre nos disse o que precisávamos saber e sentir. E fico torcendo pra nada nunca te levar. E pra gente nunca se esquecer que só gostar demais é que é tão profundo assim. E que as coisas profundas ficam escritas na gente como cicatrizes eternas. Como marcas que não vão embora nem quando a gente precisa. Eu li uma vez em algum lugar que amar dói, baby. "Amar dói tanto que não dói mais." E por isso também é uma droga. Porque anestesia de todos os outros sofrimentos do mundo. Seus efeitos, talvez, perdurem por toda uma vida (...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário