E o tempo, com sua sutileza, com sua habilidade pra tirar de cena o que sufoca, com suas mil e uma peles - vezes de cordeiro, vezes de leão - simplesmente passou outra vez. Despercebido, silencioso, educado que só. Na sua brincadeira de esconder, ele tampou com destreza o que a gente não precisava mais. Anote aí, em letras garrafais e tinta forte que é pra nada e nem ninguém apagar: Só as correntes frágeis se romperam. Só os laços mal amarrados se desfizeram. O que sobrou nas malas, nos pulsos, tatuado no peito, é aquilo que nem a vida, depois de despida, depois de nua, teve a indelicadeza de roubar. Porque certas coisas não precisam mesmo se partir. Porque ainda tem espaço na sua vida pra essas coisas. Porque ainda faz sentido mantê-las em um lugarzinho claro, voltadas pra luz. A gente não nasce equilibrado. A gente nasce sem saber de nada. A gente aprende tudo no caminho, na marra. O que pode e o que não pode. E pra isso, é preciso perder também. Aprender nem sempre acontece da melhor forma. Pode ser no susto, no surto ou no suor. E quando a gente finalmente compreende a maior de todas as verdades - não se morre por qualquer dorzinha - Vira mania sobreviver.
(...) A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar. Vinicius de Moraes
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Virando.
E o tempo, com sua sutileza, com sua habilidade pra tirar de cena o que sufoca, com suas mil e uma peles - vezes de cordeiro, vezes de leão - simplesmente passou outra vez. Despercebido, silencioso, educado que só. Na sua brincadeira de esconder, ele tampou com destreza o que a gente não precisava mais. Anote aí, em letras garrafais e tinta forte que é pra nada e nem ninguém apagar: Só as correntes frágeis se romperam. Só os laços mal amarrados se desfizeram. O que sobrou nas malas, nos pulsos, tatuado no peito, é aquilo que nem a vida, depois de despida, depois de nua, teve a indelicadeza de roubar. Porque certas coisas não precisam mesmo se partir. Porque ainda tem espaço na sua vida pra essas coisas. Porque ainda faz sentido mantê-las em um lugarzinho claro, voltadas pra luz. A gente não nasce equilibrado. A gente nasce sem saber de nada. A gente aprende tudo no caminho, na marra. O que pode e o que não pode. E pra isso, é preciso perder também. Aprender nem sempre acontece da melhor forma. Pode ser no susto, no surto ou no suor. E quando a gente finalmente compreende a maior de todas as verdades - não se morre por qualquer dorzinha - Vira mania sobreviver.
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Vick, é sempre um alívio para o meu dia dar um pulinho aqui. Tem textos que eu leio e releio até saber de cor. Esse foi mais um daqueles que a gente lê como se estivesse flutuando: sem esforço.
ResponderExcluirContinue assim e tudo de bom neste ano. =)